Crítica da Terceira Temporada de Sword Art Online (Alicization)

Crítica da Terceira Temporada de Sword Art Online (Alicization)

Crítica da Terceira Temporada de Sword Art Online (Alicization), A terceira temporada de Sword Art Online, intitulada Alicization, marca uma nova fase para a série, ampliando seu escopo narrativo e apresentando um mundo virtual completamente diferente: o Underworld. Lançada entre 2018 e 2020, essa temporada adaptou o arco mais longo das light novels de Reki Kawahara, dividindo-se em duas partes: Alicization e War of Underworld.

Essa temporada é amplamente considerada como um renascimento da franquia, oferecendo um tom mais maduro, um desenvolvimento de enredo mais profundo e uma exploração ética da inteligência artificial e da simulação de realidades. No entanto, apesar de seus méritos, ela também sofre de problemas narrativos que impedem que atinja todo o seu potencial.

Premissa e Desenvolvimento

A história começa com Kirito trabalhando como consultor para a empresa Rath, que está desenvolvendo um projeto ultrassecreto chamado Soul Translator (STL), uma tecnologia que simula um mundo virtual hiper-realista capaz de interagir com almas humanas (Fluctlights). Após um ataque no mundo real, Kirito entra em estado crítico e é colocado no Underworld, um ambiente virtual vasto e cheio de personagens com suas próprias consciências, criadas a partir de Fluctlights.

O enredo mistura fantasia, ética científica e questões filosóficas sobre o que significa ser humano, abordando de forma mais séria o impacto da tecnologia na sociedade. A introdução de novos personagens, como Eugeo e Alice, oferece um frescor à narrativa, trazendo dinâmicas diferentes que ajudam a expandir o universo de SAO.

Pontos Fortes

1. Maturidade Temática

Alicization aborda temas mais maduros e complexos do que as temporadas anteriores, como o conceito de livre-arbítrio, as implicações éticas da criação de inteligências artificiais com consciência própria e o impacto da guerra em escala tanto virtual quanto real. Essas reflexões elevam a narrativa e tornam o arco mais denso e envolvente.

2. Construção do Mundo de Underworld

O Underworld é o cenário mais detalhado e bem desenvolvido de toda a franquia. Diferentemente dos jogos anteriores, ele funciona como um mundo autossuficiente, com suas próprias leis, hierarquias e cultura. Esse cuidado com a ambientação torna o universo mais crível e imersivo.

3. Eugeo: Um Protagonista Paralelo

Eugeo, o novo parceiro de Kirito, é uma das melhores adições à série. Sua jornada de crescimento, suas dúvidas e sua relação com Kirito formam o coração emocional da primeira metade da temporada. Ele é mais do que um simples coadjuvante e frequentemente rouba a cena com sua humanidade e senso de justiça.

4. Qualidade Técnica

A animação da A-1 Pictures alcança novos patamares em Alicization. As batalhas são visualmente deslumbrantes, com efeitos detalhados e coreografias que combinam fluidez e intensidade. A trilha sonora, mais uma vez assinada por Yuki Kajiura, é impecável, amplificando a tensão e o drama em momentos cruciais.

Pontos Fracos

1. Ritmo Irregular

Com 47 episódios, Alicization sofre de um ritmo que varia bastante. Alguns momentos são arrastados, com diálogos longos que repetem ideias, enquanto outros são apressados, deixando de explorar adequadamente conflitos ou personagens secundários.

2. Foco Excessivo em Kirito

Embora Eugeo e Alice tenham arcos significativos, Kirito continua sendo o centro de quase tudo. Mesmo quando ele entra em um estado catatônico em War of Underworld, sua presença ainda domina a narrativa, relegando outros personagens a papéis secundários.

3. Alice: Potencial Subaproveitado

Alice, que é apresentada como um personagem central e carrega o título do arco, muitas vezes tem seu impacto reduzido, especialmente na segunda metade. Sua força e determinação são inegáveis, mas o roteiro não a explora tanto quanto poderia, deixando sua profundidade emocional em segundo plano.

4. Problemas de Escala em War of Underworld

Embora as batalhas em War of Underworld sejam épicas, o conflito entre forças humanas, inteligências artificiais e jogadores do mundo real às vezes se perde em meio à grandiosidade. O excesso de personagens e facções torna difícil acompanhar tudo, diluindo a intensidade emocional.

Arcos e Divisões

Alicization (Primeira Parte)

A primeira metade é focada na jornada de Kirito e Eugeo para se tornarem cavaleiros e desafiarem a Igreja Axiomática. Esse arco é mais intimista e emocional, com um excelente desenvolvimento de personagens.

War of Underworld (Segunda Parte)

A segunda metade é uma guerra em grande escala, com batalhas épicas, mas menos desenvolvimento de personagens. É aqui que o tom da temporada muda para algo mais grandioso e caótico, o que agrada a alguns, mas pode alienar outros.

Reflexões e Impacto

Alicization é um marco na franquia Sword Art Online. Ela demonstra uma evolução na narrativa, com temas mais sérios e um universo virtual mais bem elaborado. No entanto, seus problemas estruturais, como ritmo desigual e foco excessivo em Kirito, impedem que atinja o ápice de seu potencial.

Para os fãs, é uma temporada que recompensa com batalhas emocionantes, momentos dramáticos e reflexões filosóficas. Para novos espectadores, pode parecer um pouco intimidadora devido à sua complexidade e à conexão com eventos anteriores.

Nota Final: 8/10

A terceira temporada de Sword Art Online é ambiciosa e expansiva, oferecendo novos níveis de profundidade ao universo da série. Apesar de algumas falhas narrativas e problemas de ritmo, é uma jornada envolvente e emocionante que reafirma o impacto cultural de SAO.