Crítica de Cheias de Charme, Lançada em 2012, Cheias de Charme foi um verdadeiro fenômeno da teledramaturgia brasileira, conquistando o público com sua narrativa inovadora, personagens carismáticos e um forte apelo musical. Escrito por Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, o folhetim das 19h misturava humor, crítica social e muito entretenimento, consolidando-se como uma das novelas mais memoráveis da década.
Enredo e Temas
A história acompanha a trajetória de três empregadas domésticas – Penha (Taís Araújo), Rosário (Leandra Leal) e Cida (Isabelle Drummond) – que, após enfrentarem humilhações e desafios em suas vidas pessoais e profissionais, acabam formando a banda Empreguetes, tornando-se um fenômeno musical no Brasil. O grande trunfo da novela é justamente a forma como retrata a ascensão social das protagonistas, sem abandonar o tom leve e divertido.
Além da trama principal, a novela também toca em temas importantes como exploração do trabalho doméstico, diferenças de classe, machismo e abuso de poder. O embate entre as empregadas e suas patroas, principalmente a vilanesca Chayene (Cláudia Abreu), reflete não apenas o clássico conflito de classes, mas também o choque de valores entre personagens carismáticos e bem construídos.
Personagens e Atuação
O trio principal brilha com interpretações envolventes e cheias de química. Taís Araújo traz carisma e força para Penha, uma mulher batalhadora e decidida. Leandra Leal entrega uma Rosário sonhadora e determinada, enquanto Isabelle Drummond surpreende com a doçura e evolução de Cida, a jovem ingênua que aprende a se impor.
Mas o grande destaque é Cláudia Abreu no papel de Chayene. Com uma atuação exagerada na medida certa, a vilã excêntrica e egocêntrica rouba a cena em vários momentos, sendo uma das personagens mais icônicas da novela. Seu embate com Fabian (Ricardo Tozzi) e sua rivalidade com as Empreguetes garantem cenas hilárias e memoráveis.
Estética e Música
Um dos grandes diferenciais de Cheias de Charme foi sua estética colorida, dinâmica e moderna. A novela soube usar bem o marketing transmídia, apostando em videoclipes, músicas chicletes e interações com o público através da internet. O hit “Vida de Empreguete”, por exemplo, viralizou fora da TV, sendo um dos primeiros casos de novela que aproveitou o poder das redes sociais para impulsionar sua trama.
A trilha sonora foi outro acerto, trazendo músicas originais e sucessos que combinavam perfeitamente com o tom da novela. De “Ex My Love” de Gaby Amarantos até os hits fictícios de Chayene e Fabian, a música desempenhou um papel essencial na narrativa.
Conclusão
Cheias de Charme foi uma novela que soube equilibrar humor, crítica social e inovação. Com personagens marcantes, músicas contagiantes e uma trama envolvente, a novela não apenas divertiu o público, mas também levantou reflexões sobre desigualdade e oportunidades. Mesmo mais de uma década após seu lançamento, ela continua sendo lembrada com carinho, provando que seu charme segue intacto.
Nota: 9/10