Crítica de My Hero Academia (5ª Temporada): A Transição para o Futuro

Crítica de My Hero Academia (5ª Temporada) A Transição para o Futuro

Crítica de My Hero Academia (5ª Temporada): A Transição para o Futuro, A quinta temporada de My Hero Academia continua a expansão do universo que foi cuidadosamente construído nas temporadas anteriores, explorando novas dinâmicas e desafiando os heróis e vilões com situações inéditas. Embora mantenha a essência do que tornou a série um fenômeno mundial, a quinta temporada também apresenta alguns desafios que merecem ser discutidos. A temporada começa com um ritmo mais tranquilo, mas gradualmente vai abordando arcos mais intensos, aumentando a complexidade dos personagens e das situações. No entanto, há momentos que podem ser tanto empolgantes quanto frustrantes.

O Ritmo e a Diversidade de Arcos

A quinta temporada de My Hero Academia é notavelmente dividida em dois grandes arcos: o Arco do Treinamento Conjunto e o Arco da Guerra de Invasão do QG da Liga dos Vilões. Enquanto o primeiro arco é mais focado no treinamento dos alunos da U.A. e na interação entre as classes 1-A e 1-B, o segundo apresenta confrontos e cenas de ação de maior escala. A divisão de arcos, embora ofereça variedade, resulta em um ritmo algo irregular.

O Arco do Treinamento Conjunto inicialmente pode parecer um pouco lento para aqueles que esperam mais ação e drama, pois é mais focado na construção de relações e na evolução dos personagens secundários, especialmente os alunos da classe 1-B. Isso é interessante para quem gosta de desenvolvimento de personagens, mas também pode ser uma pausa um tanto desconfortável para os fãs mais ansiosos por batalhas épicas. Esse arco nos oferece um olhar mais próximo sobre as habilidades de outros personagens, como Kaminari, Koda e Tokoyami, mas também sente a falta de um antagonista mais ameaçador para provocar uma tensão real.

Por outro lado, o Arco da Guerra de Invasão (que começa a partir do momento em que a Liga dos Vilões ataca a sede da U.A.) traz mais o que os fãs estão acostumados a ver em My Hero Academia — grandes batalhas, revelações e a constante luta entre o bem e o mal. Aqui, a série volta ao seu ritmo acelerado, com mais ação e consequências dramáticas, envolvendo personagens como Shigaraki e Tomura, que têm seus próprios arcos de desenvolvimento.

O Crescimento de Personagens e suas Lutas Internas

Um dos maiores atrativos da temporada é a forma como a série continua a dar profundidade aos seus personagens, especialmente a classe 1-A. Embora o foco ainda seja Midoriya, seus amigos e colegas têm oportunidades de brilhar, seja através de batalhas ou momentos de introspecção. Bakugo, por exemplo, continua a sua jornada de amadurecimento. Sua arrogância ainda é evidente, mas ele começa a aprender sobre o verdadeiro significado de ser um herói, não apenas alguém que quer ser o melhor, mas alguém que precisa proteger os outros. A relação dele com Midoriya evolui para algo mais genuíno, apesar da rivalidade que nunca desaparece completamente.

Outro personagem que merece destaque é Todoroki, cujos conflitos internos sobre o relacionamento com seu pai, Endeavor, continuam a ser explorados. O peso de ser o filho de um herói tão famoso e imponente é algo que define muito da sua motivação e escolhas. O drama em torno de sua jornada pessoal, e como ele começa a lidar com a dor de seu passado, é uma das partes mais emocionais da temporada.

Entretanto, é importante observar que a temporada acaba por não aprofundar tanto outros membros da classe 1-B, que são apresentados de maneira mais rasa e muitas vezes usados como uma forma de contrastar com os protagonistas. Embora isso seja compreensível, o investimento emocional nos personagens secundários poderia ter sido um pouco mais robusto.

Os Vilões: A Ascensão de Shigaraki e Tomura

Em termos de vilões, a quinta temporada continua a desenvolver Tomura Shigaraki de uma forma muito mais significativa. Sua transição de ser um líder confuso e atormentado para um vilão mais autossuficiente e calculista é um dos elementos mais interessantes dessa temporada. Shigaraki agora não é mais um vilão de segunda linha, mas uma ameaça genuína para a sociedade dos heróis, com motivações mais claras e um poder crescente que o coloca à altura de All Might. A ameaça representada por ele é real, e isso é muito bem construído ao longo da temporada.

No entanto, a parte de Shigaraki também é marcada por alguns momentos que podem ser um pouco excessivos em termos de construção de tensão. A invasão da Liga dos Vilões ao QG da U.A. é um marco, mas a constante expectativa de um confronto iminente acaba fazendo a narrativa parecer um pouco “esticada”, especialmente porque o ponto de confronto entre heróis e vilões, embora impactante, não chega a ser totalmente resolvido, criando um efeito prolongado que alguns espectadores podem achar cansativo.

A Animação e a Direção de Arte: Momentos Impactantes e Desafios Técnicos

Se a animação nas temporadas anteriores de My Hero Academia já era de alta qualidade, na quinta temporada, o estúdio Bones continua a entregar cenas visuais impressionantes. As batalhas, especialmente as mais intensas, são vibrantes e detalhadas, e a coreografia das lutas é bem pensada. No entanto, há momentos em que a animação parece sofrer devido ao ritmo corrido e aos cortes na produção. Algumas cenas mais calmas, que envolvem mais diálogo ou transições de ação, acabam sendo mais simples, o que pode impactar um pouco a imersão de quem acompanha a série atentamente.

Conclusão: A Caminho de Novos Conflitos

A quinta temporada de My Hero Academia é uma espécie de “ponte” entre a fundação estabelecida nas temporadas anteriores e os grandes eventos que estão por vir. A construção dos personagens continua a ser um ponto forte, mas o ritmo irregular, que oscila entre momentos mais lentos e mais intensos, pode deixar alguns fãs querendo mais ação e resolução. A tensão que se forma entre os heróis e vilões está em constante crescimento, mas nem todos os arcos são tão satisfatórios quanto poderiam ser.

Enquanto a temporada prepara o palco para futuros confrontos e desenvolve os vilões de forma mais sólida, também é uma lembrança de que a jornada de My Hero Academia está longe de ser concluída. Se por um lado a temporada acaba sendo um pouco mais “de preparação”, ela ainda oferece uma boa quantidade de desenvolvimento de personagens e momentos emocionais que merecem ser destacados.

No fim, a quinta temporada se mantém como uma peça importante no quebra-cabeça de My Hero Academia, mas não é sem suas falhas. O equilíbrio entre ação e desenvolvimento, além da introdução de novos conflitos, nos prepara para a iminente virada que a série precisará para continuar sua ascensão.