Crítica de Rainbow: Nisha Rokubou no Shichinin, Rainbow: Nisha Rokubou no Shichinin é uma obra brutal, intensa e emocionalmente devastadora. Adaptado do mangá de George Abe e Masasumi Kakizaki, o anime se passa no Japão pós-Segunda Guerra Mundial e acompanha sete jovens enviados para um reformatório, onde enfrentam abusos, violência e injustiça. Apesar do cenário cruel, a série também trata de esperança, amizade e resistência diante da adversidade.
Pontos Positivos
- Temática Madura e Impactante
Rainbow não é apenas um anime sobre sofrimento; é uma história sobre a luta pela dignidade humana. Ele expõe as cicatrizes de um Japão devastado pela guerra e mostra como o sistema pode ser cruel com aqueles que já estão marginalizados. A obra trata de abuso de poder, corrupção e sobrevivência em um mundo que parece não oferecer segundas chances. - Personagens Fortes e Relacionamentos Bem Construídos
O ponto mais poderoso de Rainbow é a amizade entre os sete protagonistas. Cada um tem sua própria história e traumas, mas é a ligação entre eles que os mantém vivos. O destaque vai para Anchan, o irmão mais velho simbólico do grupo, cuja força de vontade e senso de justiça servem como um farol para os demais. Cada personagem cresce ao longo da narrativa, tornando seus arcos emocionais extremamente envolventes. - Direção e Trilha Sonora Imersivas
A direção do anime transmite a opressão do reformatório e o desespero dos personagens com uma cinematografia que valoriza sombras, closes expressivos e uma trilha sonora melancólica. A música tema de abertura, We’re Not Alone, captura perfeitamente o espírito da série: um hino de luta contra o destino cruel. - Realismo e Brutalidade Sem Sensacionalismo
Rainbow não romantiza o sofrimento. A violência, os abusos e a dor são mostrados com uma crueza que pode ser desconfortável, mas nunca gratuita. Isso torna a experiência mais impactante e diferenciada de outras obras que exploram temas semelhantes.
Pontos Negativos
- Pesado e Difícil de Assistir
O realismo brutal de Rainbow pode ser um obstáculo para muitos espectadores. A quantidade de cenas de abuso e tortura pode ser emocionalmente exaustiva, tornando a série difícil de maratonar. - Vilões Unidimensionais
Embora os protagonistas sejam muito bem desenvolvidos, os antagonistas tendem a ser caricaturais. O diretor Ishihara e o médico Sasaki, por exemplo, são essencialmente monstros sem nuances, o que enfraquece um pouco a complexidade da narrativa. Um tratamento mais sutil poderia ter dado mais profundidade à história. - Segundo Arco Menos Impactante
A segunda metade do anime, quando os personagens saem do reformatório e tentam reconstruir suas vidas, é mais irregular. Embora ainda seja emocionante, o ritmo desacelera e a narrativa perde parte da intensidade que fazia da primeira parte uma experiência tão visceral.
Conclusão
Rainbow: Nisha Rokubou no Shichinin é uma história poderosa sobre resistência, lealdade e redenção em um mundo cruel. Sua carga emocional é imensa, e o vínculo entre os personagens é um dos mais bem construídos no gênero. No entanto, sua abordagem sombria e sua violência explícita podem afastar espectadores mais sensíveis.
Se você procura uma obra madura, impactante e inesquecível, Rainbow é uma experiência obrigatória. Mas esteja preparado para um anime que não hesita em mostrar o lado mais sombrio da humanidade antes de oferecer qualquer vislumbre de esperança.