Crítica de Resident Evil 5: Retribuição

Crítica de Resident Evil 5 Retribuição

Crítica de Resident Evil 5: Retribuição, “Resident Evil 5: Retribuição” é aquele tipo de filme que parece ter sido escrito dentro de um laboratório da Umbrella: montado em pedaços, cheio de cópias artificiais e sem vida própria. O enredo continua a saga de Alice (Milla Jovovich), mas, a essa altura, já não há qualquer esforço em fingir que existe uma narrativa sólida. O filme é uma sucessão de cenários simulados, como se fosse uma coletânea de fases de videogame costuradas por diálogos rasos e inimigos reciclados.

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A ideia até poderia funcionar: ver Alice enfrentando diferentes ambientes controlados pela Umbrella, quase como uma “arena de testes” para zumbis e armas biológicas, tinha potencial para ser um comentário sobre manipulação e repetição. Mas a execução transforma tudo em um looping interminável de lutas em câmera lenta, explosões gratuitas e personagens descartáveis. O terror, que já vinha sendo diluído desde o terceiro filme, aqui praticamente desaparece. O que sobra é ação estilizada, mas sem peso emocional.

Um dos maiores problemas está na relação com os fãs dos jogos. A presença de personagens clássicos como Ada Wong, Leon S. Kennedy e Barry Burton deveria ser um prato cheio, mas eles aparecem como meros figurantes de luxo, sem desenvolvimento ou relevância. São acenos vazios, feitos apenas para agradar a base, mas que não sustentam a trama.

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Visualmente, “Retribuição” tenta impressionar com o uso do 3D e das simulações virtuais, mas o resultado é frio e artificial, como se estivéssemos assistindo a uma cutscene estendida. Nem mesmo Milla Jovovich, sempre carismática, consegue salvar o filme da sensação de repetição e fadiga.

No fim, “Resident Evil 5: Retribuição” é o ponto em que a franquia cinematográfica se entrega de vez ao espetáculo vazio. Não há mais espaço para suspense, para humanidade ou para o medo apenas para tiros, poses e cenários digitais. É entretenimento descartável, que até pode divertir por instantes, mas que se dissolve na memória assim que os créditos sobem.