Crítica de Resident Evil 6: O Capítulo Final, “Resident Evil 6: O Capítulo Final” prometia encerrar a longa jornada de Alice contra a Umbrella com grandiosidade, respostas e, quem sabe, um pouco de terror. Mas o que recebemos foi uma mistura apressada de explosões, cortes de câmera frenéticos e um roteiro que mais parece improvisado no meio das filmagens.
A trama tenta resgatar a sensação de urgência: Alice retorna a Raccoon City para enfrentar a Umbrella em sua última cartada. No entanto, qualquer expectativa de coesão narrativa se dissolve em cenas de ação confusas, filmadas com cortes tão rápidos que o espectador mal consegue entender o que está acontecendo. O 3D e os efeitos visuais, outrora chamarizes da franquia, já não escondem a falta de criatividade.

O maior problema está na promessa quebrada: respostas definitivas. Durante anos, a série alimentou mistérios sobre a origem do T-vírus, os planos da Umbrella e o destino da humanidade. O filme até tenta amarrar pontas, mas o faz de forma superficial, entregando revelações sem impacto, que não justificam a longa espera. O resultado é mais decepcionante do que revelador.
Nem mesmo os personagens conseguem sustentar a experiência. Muitos retornam apenas para morrer rapidamente ou cumprir papéis irrelevantes, enquanto Alice continua como a heroína invencível, incapaz de gerar tensão real. O que deveria ser uma luta final cheia de peso dramático se transforma em mais um videogame mal editado, onde o jogador já não sente vontade de segurar o controle.
No fim, “O Capítulo Final” não soa como o encerramento épico de uma franquia de terror, mas como o esgotamento de uma fórmula que há muito já havia perdido a essência. É um fim barulhento, apressado e sem emoção e talvez o maior terror para os fãs seja perceber que, depois de seis filmes, o que restou foi apenas um gosto amargo de potencial desperdiçado.