Crítica de Resident Evil: Ilha da Morte (Death Island, 2023), Resident Evil: Ilha da Morte é o maior “fan service” já feito no universo animado da franquia e isso é tanto um elogio quanto uma crítica. Pela primeira vez, os cinco heróis clássicos dos jogos se reúnem: Leon, Chris, Jill, Claire e Rebecca. A ideia soa como um presente aos fãs, mas infelizmente o presente vem embalado num roteiro genérico e previsível, que mais parece uma missão secundária estendida do que um capítulo essencial da saga.
O filme parte de uma premissa batida: um novo vírus surge, alguém está por trás disso, e os heróis precisam impedir que uma catástrofe se espalhe. A novidade é o cenário: a ilha de Alcatraz, onde as coisas rapidamente saem do controle. A ambientação é visualmente interessante misturando claustrofobia com mistério mas nunca chega a explorar de forma profunda o potencial do local.

O vilão Dylan Blake é mais um na galeria de antagonistas com “motivações pessoais traumatizantes” o tipo que a série já usou dezenas de vezes. O problema não é sua origem, mas a forma rasa como é tratado. Falta nuance, falta presença. O embate entre ele e os protagonistas não gera tensão; parece mais um obstáculo técnico do que um conflito dramático.
No entanto, há méritos. Jill Valentine, finalmente, recebe destaque depois de anos apagada no universo principal. O filme aborda as consequências da manipulação que ela sofreu nas mãos de Wesker em Resident Evil 5, mostrando uma personagem ainda ferida, mas em busca de redenção. Essa é uma das poucas camadas emocionais do roteiro e merecia mais espaço.

Leon e Chris continuam no modo “ação overpowered”, mas ao menos a parceria entre os dois flui bem. Claire e Rebecca, por outro lado, são pouco aproveitadas praticamente relegadas a papéis de apoio técnico, quando poderiam contribuir muito mais. A luta final, como esperado, é um festival de explosões, mutações e sequências exageradas.
O CGI atingiu seu melhor nível na franquia até aqui: expressões, movimentos e iluminação são competentes, e algumas cenas de ação são realmente empolgantes. Ainda assim, o excesso de conveniências e a estrutura previsível tiram qualquer impacto emocional real da história.