Lucro e margem da Dell prejudicados por custos mais elevados de IA, A Dell previu o lucro do trimestre atual abaixo das estimativas de mercado e sinalizou que custos mais elevados para construir servidores que atendam a pesadas cargas de trabalho de IA prejudicariam a margem anual.
Isso fez com que suas ações caíssem mais de 17% nas negociações prolongadas em Wall Street na noite passada.
A empresa sediada em Round Rock, Texas, espera que a taxa de margem bruta ajustada diminua cerca de 150 pontos base no ano fiscal de 2025.
A empresa espera um lucro ajustado por ação de US$ 1,65, mais ou menos 10 centavos, no trimestre atual, em comparação com a estimativa média dos analistas de US$ 1,84, segundo dados do LSEG.
“Dados os custos inflacionários de insumos, o ambiente competitivo e o maior mix de servidores otimizados para IA, esperamos que nossa taxa de margem bruta diminua”, disse a diretora financeira da Dell, Yvonne McGill, em uma teleconferência pós-lucros.
Um aumento na procura de computação de alto desempenho e centros de dados de grande escala para apoiar a adoção crescente de IA generativa estimulou investimentos em produtos com capacidade de IA, desencadeando a procura de servidores oferecidos por empresas como a Dell.
“A queda das margens reflectiu o ambiente competitivo de preços, uma vez que o mercado ainda não se recuperou totalmente e os concorrentes da Dell tentaram ganhar quota neste mercado apertado”, disse Mikako Kitagawa, analista-diretor da Gartner.
As remessas de servidores otimizados para IA da empresa mais que dobraram, para US$ 1,7 bilhão, e a carteira de pedidos cresceu mais de 30%, para US$ 3,8 bilhões, disse seu diretor de operações, Jeff Clarke, em comunicado.
A Dell revelou recentemente uma linha de PCs habilitados para IA equipados com processadores Qualcomm e disse que um novo servidor, que suporta os chips mais recentes da Nvidia, estará disponível a partir do segundo semestre de 2024.
As ações da Dell mais que dobraram este ano e atingiram um recorde no início desta semana.
A previsão é de receita para o segundo trimestre entre US$ 23,5 bilhões e US$ 24,5 bilhões, contra uma estimativa média de US$ 23,21 bilhões.
A empresa também elevou sua previsão de receita para o ano fiscal de 2025 para entre US$ 93,5 bilhões e US$ 97,5 bilhões, em comparação com sua previsão anterior de US$ 91 bilhões e US$ 95 bilhões.
A receita do primeiro trimestre encerrado em 3 de maio aumentou 6%, para US$ 22,24 bilhões, quebrando uma série de seis trimestres de quedas. O lucro ajustado ficou em grande parte em linha com as estimativas dos analistas.
A receita da empresa para o grupo de soluções de infraestrutura – que inclui suas ofertas de armazenamento, software e servidores – aumentou 22%, para US$ 9,23 bilhões, enquanto a do grupo de soluções para clientes – que abriga PCs, ficou estável.